TURISMO AÉREO - Episódio 02 (Círio de Nazaré)
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O Círio de Nazaré rola em Belém do Pará desde o século XVIII, e, sério, virou um dos maiores eventos religiosos não só do Brasil, mas da América Latina inteira. É um turbilhão de gente: milhões de fiéis invadem as ruas todo segundo domingo de outubro, mudando a rotina da cidade, dando aquele gás na economia, e, claro, reafirmando os símbolos paraenses. O negócio é tão gigante que foi reconhecido como patrimônio cultural brasileiro e mundial. Tudo começou lá em 1793, quando levaram a imagem de Nossa Senhora de Nazaré da antiga Catedral da Sé pro lugar onde hoje tá a Basílica Santuário. E tem aquela história clássica que todo mundo em Belém já ouviu: um caboclo achou a imagem à beira de um igarapé, levou pra casa, mas a santa “voltava” pro mesmo lugar, tipo dizendo: “Quero ficar aqui, gente!” Resultado: construíram um templo bem ali.
E não é só um dia, viu? O Círio começa semanas antes, com a imagem peregrina rodando paróquias, escolas, hospitais, visitando geral e deixando a cidade toda no clima. Na véspera, tem a Romaria Fluvial – pensa num monte de barco enfeitado cruzando a Baía do Guajará, todo mundo acompanhando a santa sobre as águas, resumindo bem essa vibe de Belém com os rios. Depois, tem Moto-Romaria, Ciclo-Romaria… é de tudo. A Trasladação à noite é de arrepiar: velas, cantos, um silêncio respeitoso, e a imagem indo pra Sé. No domingo, de manhã cedo, rola a procissão principal. A berlinda, toda pomposa, cercada de gente agarrada na corda – aquilo é disputa, suor, promessa, gratidão, pertencimento. As avenidas Nazaré e Presidente Vargas viram palco: prédios com faixas, chuva de papel picado, famílias se reunindo pra receber a galera.
Acabou? Não mesmo. A cidade segue em clima de festa por pelo menos duas semanas: romarias temáticas (pra crianças, jovens, carros antigos, trabalhadores), missas, shows, aquele clássico arraial na Praça Santuário. O ciclo só termina com o Recírio, um cortejo mais íntimo, pra fechar a programação com chave de ouro.
Agora, se você tá pensando em ir, se liga: planeje com antecedência. Passagem e hotel somem rapidinho, então o esquema é reservar de três a seis meses antes, principalmente se quiser ficar nos bairros perto do agito (Nazaré, Batista Campos, Umarizal, Reduto). No fim de semana do Círio, esquece carro: tudo bloqueado. A melhor pedida é ir a pé, de táxi credenciado ou aplicativo. Vai na vibe leve: só o essencial na bolsa, roupas frescas, chapéu, protetor solar e água. Documento guardado em pochete interna, tênis confortável, porque andar você vai. Tem área acessível pra quem precisa, mas tem que chegar cedo ou já era. Especialistas falam pra escolher um canto e ficar lá – tipo saída da Sé, Nazaré ou chegada na Basílica –, nada de querer atravessar a multidão no meio do fervo.
E o lance não é só fé, não: mexe com o bolso e o estômago da cidade. Tem maniçoba (que, aliás, é quase obrigatória nessa época), pato no tucupi, tacacá, açaí do jeito paraense (com peixe, farinha, camarão, nada de granola). Doces de cupuaçu, bacuri, castanha, e os brinquedos de miriti, que são a cara do Círio. Ao longo do caminho, você vê ex-votos – miniaturas representando promessas – e o manto da santa, todo ano diferente, feito por artistas e artesãos, cada um com um significado.
Se é sua primeira vez, faz assim: sexta vai na Basílica Santuário, passa pelo Museu do Círio, dá aquele rolê no Ver-o-Peso e na Estação das Docas (tem que conhecer, sério). Sábado, acorde cedo pra Romaria Fluvial, e à noite encara a Trasladação (vale a pena). Domingo, paciência pra pegar um bom lugar na procissão principal e disposição pra encarar. Depois, aproveita e explora a Ilha do Combu ou outros roteiros ribeirinhos, e fecha com chave de ouro no arraial, comendo e ouvindo música.
No fim das contas, o Círio não é só uma agenda de eventos – é tipo uma máquina de criar memórias e afetos em Belém. Mistura religião, espetáculo, convivência, e faz a cidade brilhar pro mundo sem perder o jeitinho amazônico. Quem vai, dificilmente esquece. Por algumas horas, parece que as ruas e as crenças viram uma coisa só. É surreal.
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